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quinta-feira, 22 de julho de 2010

QUEIXANDO-SE AO(S) BISPO (S)

QUEIXANDO-SE AO(S) BISPO(S)

GIBEÁ*




A imprensa de todo o país noticiou que, na última semana de junho, época final das movimentações político-partidárias para as eleições gerais de outubro, duas importantes lideranças evangélicas resolveram apoiar a candidatura governista à Presidência da República, repetindo, aliás, o que haviam feito nas eleições de 2006, quando ambas também apoiaram a reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a revista Veja (edição 2173, ano 43, nº 28, p.56), o apoio de uma das lideranças veio acompanhada de um “solene” compromisso da candidata governista à Presidência da República de que o Poder Executivo não tomará qualquer iniciativa que contrarie os interesses dos evangélicos, tais como a criminalização da homofobia, a descriminalização do aborto ou a legalização da união homoafetiva. Segundo a notícia, a candidata governista teria se comprometido a deixar que estas matérias sejam discutidas e decididas no âmbito do Poder Legislativo.

Em troca deste “compromisso”, pois, a referida liderança evangélica aceitou assumir a “coordenação da campanha” da candidata junto aos evangélicos, inclusive abrindo mão de se candidatar à reeleição, pois ocupa atualmente uma cadeira na Câmara dos Deputados.

A outra liderança fez com que o Partido Republicano Brasileiro (PRB), partido que é controlado pela denominação a que pertence, repetisse o apoio dado a Lula nas eleições de 2006 (aliás, o Vice-Presidente José Alencar pertence ao PRB), integrando a coligação governista, ocasião em que obteve o explícito apoio presidencial à candidatura à reeleição do senador que lidera aquele partido no Senado.

Ainda, neste “surto dilmista” entre os evangélicos, o Partido Social Cristão (PSC), que possui muitos pastores e políticos apoiados por denominações evangélicas, sob o comando de seu vice-presidente nacional, um pastor evangélico (que, por sinal, acabou se tornando candidato a 2º suplente de senador na coligação que apoia a candidata governista no Rio de Janeiro), também alterou decisão de sua convenção nacional, que tinha decidido apoiar o candidato do PSDB à Presidência da República, para passar a apoiar a candidata governista, se bem que, para tanto, segundo a imprensa, tenham sido elemento motivador a liberação de emendas parlamentares por parte do Governo Federal, segundo o jornalista Josias de Souza (PSC se acerta com governo e deve ‘abandonar’ Serra. Disponível em: http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2010-06-01_2010-06-30.html Acesso em 16 jul. 2010).

Nos mesmos dias em que se fizeram estes apoios, que serviriam de “tranquilidade” aos evangélicos do país com relação a medidas que comprometem a sua liberdade religiosa, vemos que o que se fez foi apenas amealhar interesses pessoais e/ou empresariais, que não levam em conta a defesa dos valores e princípios atinentes ao Evangelho. Senão vejamos.

Na mesma semana em que obteve o apoio das referidas lideranças evangélicas, a candidata governista fez questão de, publicamente, no programa Roda Viva da TV Cultura de 28 de junho de 2010, defender a união homoafetiva, numa clara demonstração de que concorda com a ideia e, portanto, pouco importa se dará, ou não, a iniciativa para que referida união se torne lei em nosso país, até porque a medida, se tomada, exige emenda constitucional ou, então, a procedência de uma arguição de descumprimento de preceito fundamental que já está em curso perante o Supremo Tribunal Federal.

Assim, ainda que o Presidente da República não tome a iniciativa para que a união homoafetiva seja tornada lei, a manifestação pública favorável da candidata governista a esta aprovação faz com que os seus “aliados” busquem agradá-la, uma vez eleita, pouco importando o compromisso por ela assumido, até porque os líderes do governo, assim como a Advocacia Geral da União perante o Supremo Tribunal Federal, reproduzirão o seu ponto-de-vista, que é favorável à medida.

Na mesma semana em que obteve o apoio das referidas lideranças evangélicas, o ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, pessoa muito próxima à candidata governista desde os tempos em que ambos participavam do mesmo grupo guerrilheiro e, inclusive, de algumas operações da luta armada, já providenciou que parlamentares levem ao Congresso Nacional as propostas aprovadas na 1ª CONFECOM (Conferência Nacional de Comunicação), realizada em dezembro de 2009, com mais de 600 (seiscentas) propostas, cerca de 10% (dez por cento) das quais prejudicará sobremaneira não só a pregação do Evangelho nos meios de comunicação de massa, mas também a própria defesa dos valores da sã doutrina, vez que impõe uma série de medidas que estimularão e incentivarão práticas contrárias ao Evangelho (Veja, 2172, ano 43, nº 27, p.52).

Mais uma vez, com explícito apoio do governo, parlamentares levarão ao Congresso Nacional projetos de lei que contrariam os evangélicos e que têm a bênção e aprovação da candidata governista e de seu núcleo de políticos e amigos, o que é suficiente para que sejam devidamente aprovadas.

Não bastasse isso, o atual Presidente da República, e principal cabo eleitoral da candidata governista, encaminhou em 14 de julho de 2010, poucos dias depois do apoio das referidas lideranças evangélicas, projeto de lei que criminaliza a disciplina dos filhos pelos pais, em flagrante subversão ao que está na Bíblia Sagrada, projeto que é da iniciativa do Poder Executivo, mas que foi mandado antes da eleição e posse da candidata governista que, por conta disso, não poderá ser acusada de ter “rompido” o compromisso, mas que tampouco o retirará do Congresso ou deixará de sancioná-lo se aprovado.

A medida, aliás, foi defendida pelo ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi, outro grande amigo da candidata governista, dos tempos de luta armada, cujo Plano Nacional de Direitos Humanos, extremamente contrário aos valores cristãos, teve o apoio e o beneplácito da então ministra-chefe da Casa Civil, hoje candidata à Presidência da República.

Mas não é só!

A Folha de São Paulo de 14 de julho de 2010 traz matéria da ministra-chefe da Secretaria Especial da Política para as Mulheres, Nilcea Freire, que defende abertamente a aprovação do aborto dos fetos anencéfalos, matéria que está “sub judice” no Supremo Tribunal Federal, em mais uma iniciativa desta que é, ao lado do atual ministro da Saúde, uma das vozes mais eloquentes a favor do aborto, aborto que, aliás, havia sido explicitamente defendido na primeira versão do programa de governo da candidata governista que foi substituído sete horas depois no Tribunal Superior Eleitoral, mas, mesmo assim, numa versão que repete, ainda que implicitamente, a defesa do aborto, ainda que o circunscreva aos “casos legais”, o que se explica a defesa do referido artigo, numa perfeita sincronia com a campanha da candidata.

Neste ponto, aliás, é bom que, em nome da verdade, seja dito que uma das mencionadas lideranças evangélicas que apoiaram a candidata governista é explícita defensora do aborto, de modo que somente aquela que recebeu o compromisso da candidata e, por conta dele, deixou até de se candidatar, é que fica, neste tema, em situação delicada.

Aliás, a própria candidata governista já disse que aborto é “matéria de saúde pública” e é sabido que o assunto está tramitando no Congresso Nacional, onde já deveria ter sido mandada a voto pelo presidente da Câmara dos Deputados, candidato a vice-presidente na chapa governista, que não o faz esperando que a ampla maioria antiabortista da Câmara dos Deputados seja alterada na próxima legislatura, a fim de que o projeto tenha chance de ser aprovado, até porque quem for do PT e não votar a favor do aborto corre o risco de perder o mandato, como dois deputados que tiveram de sair do PT por conta de suas posições antiabortistas na atual legislatura, pois o aborto é ponto do programa do PT.

A propósito, ainda que não seja satanista, como se diz por aí, referido candidato a vice-presidente, ao assim agir, está, evidentemente, a serviço do nosso adversário.

Com relação à criminalização da homofobia, o senador cuja reeleição tem o apoio explícito do Presidente da República, fez um acordo estranho com a relatora do tristemente famoso PL 122/2006, uma senadora do PT, e o mesmo acabou sendo aprovado na Comissão de Assuntos Sociais, voltando para a Comissão de Direitos Humanos e Participação Popular, onde aguarda votação.

O projeto não é de iniciativa do Executivo, mas, sim, de uma deputada federal do PT e, portanto, se aprovado no Senado, irá à sanção presidencial, sem que tenha sido “rompido” o compromisso da candidata governista.

Pelo que podemos perceber, portanto, o “compromisso” assumido pela candidata governista não impede a aprovação de qualquer das medidas que trarão dias difíceis para a Igreja no Brasil, pois nada mais é que uma “cortina de fumaça”, um engodo para dar à candidata governista uma suposta postura favorável aos valores cristãos.

Na verdade, a candidata governista não só tem apoiado todas estas medidas contrárias à Palavra de Deus, como, com estes apoios obtidos, entende ter impedido que os evangélicos impeçam sua vitória eleitoral, como quando aconteceu com Lula em 1989, 1994 e 1998.

Por isso, a ambas as lideranças evangélicas, que se denominam “bispos”, resta-nos tão somente a queixa. Por que resolveram trair os valores cristãos e compactuar com a perseguição ao Evangelho? Por que resolveram se enquadrar no texto de Mt.24:10?

Aliás, como disse, recentemente, a insuspeita voz do arcebispo católico-romano de Uberaba/MG, D. Aloísio Roque Oppermann, foi esta também a tática utilizada com relação ao eleitorado católico. Diz o referido arcebispo: “Esta [a candidata governista, observação nossa], para encantar o eleitorado católico, chegou a visitar oficialmente o Papa (sem ter convicção pessoal). O efeito foi conquistar os votos de clérigos, invadindo até seu primeiro escalão. A vitória se delineia fácil, e por isso não se vê necessidade de ocultar coisa nenhuma. Tudo é dito às claras. A resistência ao secularismo governamental é nula. É uma submissão geral. Os princípios cristãos que ainda vigem em nossa vida pública, deverão se retirar para a diáspora das consciências.…” (Uma questão de saúde pública? Disponível em: http://blog.cancaonova.com/felipeaquino/2010/07/01/uma-questao-de-saude-publica/ Acesso em 16 jul. 2010).

Não nos iludamos, pois, com este engodo e com esta “cortina de fumaça” e nos posicionemos do lado do Senhor Jesus, não compactuando com esta espúria aliança. Não contribuamos com a eleição da chapa majoritária governista nas eleições presidenciais, pois quem não é por Jesus, é contra Ele (Mt.12:30; Mc.9:40; Lc.11:23).

* Grupo Interdisciplinar Bíblico de Estudos e Análises – grupo informal criado por antigos integrantes dos corpos docente e discente da Faculdade Evangélica de São Paulo (FAESP) e de produção esporádica na atualidade.

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