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quinta-feira, 15 de julho de 2010

SOBRE SALAS DE CINEMA E IGREJAS



SOBRE SALAS DE CINEMA E IGREJAS

GIBEÁ*



No dia 24 de junho próximo passado, o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lançou em Luziânia/GO, o programa “Cinema Perto de Você”, em que se pretende abrir 600 (seiscentas) salas de cinema em municípios com mais de 100 mil habitantes, cerca de 89 municípios em todo o país, que não têm salas de cinema, mediante linhas de financiamento do BNDES.

Na ocasião, o Presidente da República disse que é preciso convencer os empresários que “é melhor ter um cinema do que vender a sala para uma igreja qualquer”.

A afirmação do Presidente da República chama-nos a três importantes reflexões, que demonstram claramente quais são as intenções do grupo político que se encontra no poder em nosso país e qual a situação real dos que cristãos se dizem ser no Brasil.

A primeira reflexão diz respeito ao entendimento de que, sem isenções fiscais ou facilidades que levem à diminuição do custo tributário, nenhuma atividade extraeconômica tem chance de sobrevivência no Brasil.

Se não se derem vantagens fiscais para o empresário ter uma sala de cinema, não serão abertas novas salas de cinema, sendo preferível vender ou alugar o espaço a igrejas, que gozam de imunidade tributária. É este o raciocínio apresentado pelo nosso chefe de Estado.

Assume, assim, o Presidente da República, ao contrário do que afirmou recentemente, que a carga tributária de nosso país é excessiva, atinge níveis alarmantes que nos fazem considerar que o Estado brasileiro tem um dedo mínimo ainda maior que o de Roboão que, por causa disso, aliás, perdeu a oportunidade de reinar sobre dez das doze tribos de Israel (I Rs.12:1-19).

Teria o Presidente da República se conscientizado de que a carga tributária precisa ser diminuída para que o país possa se desenvolver e as condições de vida de nosso povo melhorar?

Infelizmente, não. Embora tenha assumido, ainda que implicitamente, que há, no Brasil, uma inibição ao empreendedorismo em virtude do fardo extremamente pesado do ineficiente Estado brasileiro, o Presidente apenas admitiu o alívio pontual da referida carga, sempre que isto estiver de acordo com os interesses do governo, sempre que isto representar a compra de consciência e a criação de redes de dependência para com o grupo que, instalado no poder, dele não mais pretende sair.

Assim, admite-se tão somente que sejam concedidas isenções temporárias, que criem laços de dependência ao grupo dominante, de preferência por intermédio de órgãos como o BNDES, que estão livres do controle político-eleitoral.

Como foi feito, aliás, com o setor automobilístico, de eletrodomésticos e da construção civil em meio à crise econômico-financeira de 2008, em que se precisava, a todo custo, impedir que a “marolinha” anunciada pelo Presidente se tornasse um “tsunâmi” em ano eleitoral decisivo.

Agora, uma vez mais, apresenta-se a necessidade de isenções e alívio da carga tributária para a implantação de salas de cinema, pois, como é sabido, tal proliferação de salas de cinema é primordial para a construção de uma forma de comunicação direta com a população, que enalteça o governo, pois é bem esta a política cultural que está sendo levada a efeito em nosso país pelo atual governo, que se esmera em facilitar produções artísticas que sejam altamente dependentes de recursos oficiais ou recursos privados “estimulados” pelos “donos do poder”.

As salas de cinema, cuja construção crescente é ponto presente no programa de governo da coligação governista nas eleições presidenciais, serão verdadeiro instrumento de propaganda oficial, um meio alternativo para divulgação da versão governamental de mundo, já que não se consegue o “controle social da mídia”, ante a frustração das muitas iniciativas de controle dos meios de comunicação de massa durante o governo Lula e o vexame de audiência da TV Brasil.

Naturalmente que, dentro desta perspectiva, deseja-se muito mais que se abram salas de cinema do que se tenham igrejas que, por não dependerem dos recursos governamentais, são territórios que não seriam facilmente controlados pelos governantes que, aliás, têm aversão ao sentimento religioso, principalmente dos evangélicos, os que mais proliferam igrejas em nosso país.

Esta reflexão mostra-nos, com absoluta clareza, que o Presidente da República prossegue com a visão estatizante e totalitária que sempre vigorou no ideário político do Partido dos Trabalhadores, onde o “governo democrático e popular” é excludente da alternância de poder e busca submeter os destinos da sociedade civil aos ditames e desejos da máquina partidária.

A segunda reflexão diz respeito ao incômodo que provoca no projeto de poder capitaneado pelo Presidente da República a criação de igrejas, a existência de igrejas se proliferando em nosso país.

Não estamos a dizer que esta proliferação de igrejas seja, por si só, um benefício ao reino de Deus, como adiante falaremos, mas é interessante observar que se trata de um fenômeno que incomoda o Presidente da República.

Nota-se a persistência da aversão histórica entre os integrantes da antiga esquerda revolucionária e os evangélicos, aversão que teve origem no clima da guerra fria e que alcançou sua consolidação durante o regime militar.

O Presidente mostra como o incomoda a imunidade tributária existente para as igrejas, imunidade que não pode ser eliminada na Constituição da República, ante a condição de Estado Democrático de Direito que a Carta confere ao Brasil.

Entretanto, tirante esta imunidade, tudo o mais que representa a liberdade religiosa em nosso país tem sido alvo de ataques por parte do Partido dos Trabalhadores, que, sistematicamente, tem apoiado toda e qualquer iniciativa contrária ao Evangelho no Brasil, como se vê no projeto de criminalização da homofobia, de descriminalização do aborto e de imposição de uma laicidade que, no entanto, não passa de sentimento antirreligioso.

Recentemente, houve um esforço muito grande para, uma vez mais, cooptar parte do segmento das lideranças evangélicas para a candidatura presidencial governista e, segundo a revista Veja, o apoio de certas lideranças evangélicas se deu mediante o “compromisso” de o Executivo não tomar a iniciativa de contrariar os valores e princípios defendidos pelos evangélicos, como se isto fosse grande coisa, já que todas as iniciativas contrárias aos evangélicos sempre são levadas ao Congresso Nacional por parte dos parlamentares do PT, cujo programa acolhe todas estas medidas contrárias à sã doutrina.

Exemplo disso, aliás, é a iniciativa tomada pelo ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, no sentido de que as propostas da 1ª CONFECOM (Conferência Nacional de Comunicação), cerca de 10% (dez por cento) das quais atinge diretamente a pregação do Evangelho nos meios de comunicação de massa, sejam levadas ao Congresso por parlamentares do PT e não pelo Poder Executivo.

É evidente que o projeto de poder dos atuais governantes do Brasil se incomode com a abertura de igrejas e queira, em seu lugar, que se abram salas de cinema, onde se incutam na mente das pessoas obras laudatórias do governo, como o filme “Lula, o filho do Brasil”, em vez de serem ocupadas por pessoas que estejam a pregar as Escrituras e a demonstrar que a verdade bíblica contraria frontalmente as ideologias totalitárias pretendidas para o nosso país.

A afirmação do Presidente deixou escapar esta aversão, que nunca se desfez, dos militantes do PT em relação aos evangélicos, a demonstrar quão “ingênuos” (ou “espertos demais”) são os líderes que se renderam ao canto enganoso das sereias governistas e, desde as eleições de 2002, passaram a tolerar e a aceitar o PT no governo, abrindo brecha no muro monolítico que tinha impedido os petistas de chegar ao poder no Brasil desde 1989.

A abertura da brecha, que se mantém, é sinal certo de que teremos sérios problemas para a manutenção da liberdade de crença e de culto no Brasil em caso de manutenção do atual grupo político à frente do país, devendo nos preparar para o aumento ainda maior da perseguição, visto que não está o governo a aguentar, a suportar que “empresários vendam suas salas para uma igreja qualquer”, como tem acontecido nos últimos anos.

A terceira reflexão diz respeito não ao que tinha o Presidente em mente, mas a uma constatação feita pelo supremo mandatário da nação que bem revela uma triste realidade dos últimos dias.

A proliferação de igrejas demonstra claramente não uma evangelização intensa do Brasil, mas, bem ao contrário, a conotação mercantilizadora que assumiu a atividade eclesiástica em nossa nação e que, inclusive, possibilitou a cooptação de parte das lideranças evangélicas à coligação governistas nas eleições deste ano.

O Presidente, sem ter discernimento espiritual (I Co.2:9-16), mostra-nos que, para os homens naturais, sem Deus e sem salvação, a proliferação de locais destinados a culto é um sinal de que muitos estão a fazer do Evangelho um negócio, uma forma de enriquecimento.

Uma tal constatação leva-nos à consideração de que vivemos os últimos dias, os dias dos falsos mestres avarentos que fariam dos salvos negócio com palavras fingidas (II Pe.2:3), mas também nos faz perceber que até os homens naturais estão a fazer uma comparação entre salas de cinema e igrejas. Por que será?

Ora, tal comparação vem da constatação de que, nas igrejas, cada vez mais, há uma plateia a assistir ao “culto”, culto que não é culto, mas, sim, uma exibição, uma apresentação artística, um verdadeiro “show” (alguns mais sinceros estão, mesmo, a denominar de “show” as suas reuniões).

Assim como numa sala de cinema, num teatro ou em um circo, a multidão se reúne para ver conjuntos e/ou pessoas cantarem e pregarem, querendo, com isso, “passar o tempo”, “ter emoções”, “aliviar o vazio interior”.

São pessoas que, de forma passiva, não participativa, procuram “entretenimento”, o que podem tanto obter numa igreja quanto numa sala de cinema, ou em um teatro ou qualquer outra casa de espetáculo.

Para o Presidente da República, as pessoas poderiam muito bem se divertir e passar o tempo tanto numa igreja quanto numa sala de cinema, o que é triste, mas corresponde à realidade muitas vezes, pelo que temos em muitas igrejas locais hoje em dia.

Lamentavelmente, em muitas destas igrejas, a multidão ali presente assiste a eventos que são bem piores que os piores filmes que afugentam os cinéfilos e, se houvesse salas de cinema, muito provavelmente tais pessoas prefeririam trocar estas “igrejas” pelas referidas salas, desde que a mesma segurança, “ambiente agradável” e preços módicos constantes destas igrejas para lá fossem transferidos.

É preciso que as igrejas sejam locais de efetiva adoração a Deus e não salas de espetáculos religiosos, que não trazem a presença de Deus, mas que procuram tão somente satisfazer a emoção do povo e, em troca disto, arrancar-lhes o vil metal de seus bolsos.

É preciso que as igrejas tragam o Evangelho genuíno, autêntico e verdadeiro, que transforma o vil pecador, que salva as almas e faz com que todos se sintam pecadores carentes da graça e da misericórdia de Deus por intermédio de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

É preciso que as igrejas tragam o vínculo de amor entre as pessoas que estão frequentando as reuniões, para que as multidões não se dispersem como quando ocorre no final dos espetáculos artísticos e/ou esportivos.

É preciso que as igrejas não sejam vistas como fonte de arrecadação de recursos, seja para os responsáveis pelas reuniões, seja pelos empresários imobiliários, mas que sejam locais procurados para que as pessoas alcancem a salvação e a libertação da opressão do diabo.

O Presidente da República vê nas igrejas um local onde as pessoas podem fugir ao seu controle e de seu projeto de poder, por isso investe pesadamente para que sejam seus aliados os que têm transformado as igrejas em salas de cinema (paradoxalmente, as salas de cinema foram os principais alvos destes “aliados” na implantação de suas igrejas), a fim de que a verdade bíblica não venha a confrontar as ideologias anticristãs que professam os militantes governistas e, com o passar do tempo, estas multidões troquem estas igrejas pelas salas de cinema.

Os homens espirituais veem nesta transformação das igrejas em casas de espetáculos religiosos um sinal de apostasia que precisa ser combatido e transformado em genuínos locais onde a presença de Deus possa ser sentida e o Evangelho provado e mostrado ao povo brasileiro como o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê.

Temos nós, como salvos em Cristo Jesus, correspondido à expectativa presidencial? Tomara que não!

* Grupo Interdisciplinar Bíblico de Estudos e Análises – grupo informal criado por antigos integrantes dos corpos docente e discente da Faculdade Evangélica de São Paulo (FAESP), de produção esporádica na atualidade.

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